terça-feira, 3 de agosto de 2010

POESIA - PRINCÍPIO ATIVO

Transito entre fronteiras por teleférico sem condutor
e pela janela não percebo quem se aproxima ao lado.
Não consigo remover a alegria pelo o controle remoto
então prossegue o que não se move
e não desmereço quem não sabe amar.
Os opostos não cabem no mesmo espaço
divide-se em partes: solidão e compasso.
Há unguento para a emancipação do corpo da alma?
Feuerbach e Harbemas diluíram convicções?
Dostoiévski foi insensato ao afirmar que a beleza salvaria o mundo?
Será que Maiakóvski, Florbela Espanca e Hermes Fontes foram salvos?
Frida Kahlo sofria de borderline?
Tinha Sartre razão ultrajante do existencialismo?
Assim sendo para quem mostrarei as mãos do meu próprio destino?
Naquele dia ao acordar-me percebi que o mundo não era contemporâneo
e não teria mais sentido acreditar na origem do princípio.