sábado, 7 de março de 2009

A CONCEPÇÃO E A INFÂMIA DO SER

Seria inconcebível se fosse permitido que uma menina de nove anos de idade levasse adiante uma gestação de gêmeos. Gestação esta fruto de um estupro praticado pelo seu padrasto. É abominável que em pleno século XXI, um Bispo do Colegiado Católico Apostólico Romano excomungue: os médicos que fizeram à interrupção da nefasta gestação, e a genitora da inocente menina violentada. A desmedida atitude do prelado causou-me, como católico que sou, profundo repúdio. A Igreja Católica Apostólica Romana está ultrapassada. Se faz de urgência necessidade que ela reveja seus conceitos, seus dogmas, seus ritos litúrgicos, enfim tudo aquilo que ela persiste em ensinar como caminho de salvação, e que decididamente não corresponde com a nossa atual realidade. Com todo respeito que lhe é divido em razão de ser um quase octogenário, o Senhor Arcebispo de Olinda e Recife, errou. Errou em usar a sua autoridade eclesiástica, supostamente concedida por Deus, numa história tão desumana. Retrato a cores da degradação da nossa sociedade. Não se pode conceber vidas, já fadada a desgraça. Recuso-me a crer em um Deus que esteja conivente com a desgraça. Deus é amor! Se assim é, a concepção da vida tem que ser fruto de amor. Em caso de gravidez adquirida através de estupro, sou ferrenho defensor do aborto. Ou como se diz no latim romano: nihil obstat.