sexta-feira, 31 de outubro de 2008

NOVO ESTÁGIO DE VIDA DO JORNALISTA NELSON FRANCISO

O poeta Álvares de Azevedo disse através da poesia que: “A morte é a mais leviana de todas as prostitutas”. Hoje é um dia lúgubre para mim. Ainda não fez sentido, a fatídica notícia, que acabei de receber. Morreu o jornalista boquinense Nelson Francisco dos Santos. Estou perplexo! Petrificado, procurando entender o inexplicável sentido da morte. Como pode uma pessoa tão jovem, tão bonita, tão cheia de vida, portadora de um grande talento comunicativo nos deixar órfão? Órfão de seu largo, belo e enigmático sorriso.
Conheci Nelsinho, em meados dos anos 80, eu já seminarista, e ele coroinha da Paróquia Sant´Ana, na cidade de Boquim, interior sergipano. Sempre prestativo e fazedor de amigos, logo conquistou a todos e deixou sua marca indelével por onde passou. A última vez que estive com Nelsinho, foi no final dos anos 90, depois desse nosso reencontro, ele morando em Cuiabá e eu no Rio de Janeiro, somente houve contato entre nos dois por telefone e por correspondência. Neste instante lembrei-me de uma estrofe de uma música do maestro Antônio Carlos Jobim: “Breve é a vida, longa é a arte”. Eu acho que é este o sentido, que encontrei para minimizar a dor da perder irreparável. A breve vida de Nelsinho será prolongada através da sua arte de comunicação. Talvez nada disso que escrevi faz sentido, se assim for não estou triste, porque também a morte não faz sentido. Sendo assim, tudo não passou de um novo estágio de vida para Nelsinho.
Para fazer uma tradução da minha sensação no momento, coloquei em poesia, todo o abstrato da morte de um ante querido. Porque assim como a poesia, a morte não é óbvia.

CONSCIÊNCIA ABSTRATA

A vida construída e vivida em roda-gigante
Com sorriso largo que abrange.
As palavras publicadas
Eram-lhe sagradas
De forma
Contemplada.
Mesmo para quem se foi
Encontra-se
Acha-se aqui presente
Para perpetuar
O que estava escrito
E nunca deixá-lo de ama.


In memorian Nelson Francisco dos Santos