terça-feira, 16 de setembro de 2008

POESIA - COPACABANA: DENSA E OBSCENA








A vida
densa e obscena
tal qual a noite na Avenida Atlântica.
Copacabana de sonhos extraviados
de meninos e meninas de vida-fácil e
indomesticáveis.
Território habitado por gênios e doidivanas
onde compra-se e vende-se
contemplação de frente para mar.
Os ofídios estampados no calçadão
são geometrias do desejo oculto
de cada sexo disputado
dos cachês cobrados.
A polícia desonesta
não espera amanhecer
usurpar quem labuta
fere quem nada dar
implanta a droga no bolso
para condenar.
Copacabana sinônimo de mar.
Navegar neste mar-aberto
tende-se a naufragar
independentemente da beleza ímpar
de Copacabana.