sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

SÃO PAULO DO SIGNO CORPO E ALMA

Hoje era para eu estar em São Paulo, em virtude do aniversario da cidade, 454 anos, tinha compromisso na “Paulicéia Desvairada” de Mário de Andrade. Mas estou ainda meio convalescente, com garganta inflamada e coriza, achei melhor ficar de molho. São Paulo sempre me fascinou pela sua grandeza e a enorme facilidade de absorver gente de toda parte do mundo, em especial brasileiros nordestinos. O Caetano Veloso registrou na sua “Vaca Profana”, que – “São Paulo é como o mundo tudo”. E eu costumo dizer que São Paulo é uma espécie de síntese do planeta, com representante de toda raça humana. No meu livro, Minha Vida, Minhas Poesias, editado em 1992, fiz uma singela homenagem a maior cidade da América Latina e a segunda do mundo. A seguir faço a reprodução do poema.


O SIGNO DA CIDADE


A grandeza se faz de construção imensa
de noite faminta, de não parar para dormir.
Não há tempo para rir, pois os poetas
desconhecem o que não é poeisa concreta.
Suas esquinas paradas nos sinais
e as meninas gozando, e com a menina-dos-olhos
contemplando o cenário de putas, veados e marginais.
Desembarca no seu leito as dores do mundo
traduzindo em teatros os atos da cena derradeira.
Cidade do signo de corpo e alma
São Paulo metrópolois medianeira
retrato do poder cosmopolita singular
vertigem de um mundo particular.